21 de junho de 2010

Eu Te Amo

O inverno havia chegado. Com seu frio e sua neve. Andávamos pela rua enquanto os pingos de chuva molhavam o asfalto tornando-o escorregadio e me possibilitando de lhe segurar mais forte para não cair. A chuva havia dado trégua por alguns minutos, mas eu não me importaria se engrossasse ou começasse a congelar se transformando em pequenos flocos de neve. Eu estava com ele. Já não me importava mais o frio que fazia. Eu estava com ele. Eu estava protegida. Eu me sentia protegida.
A chuva engrossou e mal percebemos. Continuamos por ali, andando pelas beiras da rua com as mãos na cintura do outro e sorrindo um para o outro sem nos importarmos com acontecia ao nosso redor. Eu o amava, mas ele tinha outra. Talvez ele não quisesse saber. Talvez eu devesse guardar apenas para mim ou talvez ele não devesse saber. Eu me sentia bem com ele e minha angústia aumentava cada vez mais ao me lembrar do tempo que deixei passar. Do tempo que perdi podendo contar o que eu realmente sentia por ele. Talvez fosse o momento de ele saber. Ele precisava saber. Mas eu não tinha coragem. Mas eu tinha que ter. Sei que doeria se eu contasse e ele me rejeitasse fazendo com que a nossa amizade fosse levada pelo vento frio e congelasse num lugar bem longe dali. Mas eu precisava contar ou então eu viveria com esse medo para sempre. Quanto mais o tempo passa, mais a dor aumenta e a minha dor já estava passando dos limites. O puxei para mais perto de mim. O fiz sentar num banco que havia em nossa frente e sentei em seu colo.

-Preciso te contar uma coisa. – respirei fundo me esforçando para olhar nos olhos dele. Eu me senti muito mais fria.

-Então diga. –disse me olhando nos olhos

-Eu... –comecei, forçando as palavras a saírem da minha boca. Ele me olhava com atenção e eu explorava seus lindos olhos castanhos que me paralisada. As palavras não saíam e eu sentia minha boca pesada, tão pesada que eu mal conseguia mexer.

-Eu... Te amo. –me senti aliviada quando as palavras em fim saíram. Mas eu me sentia sem-graça e ele me olhava com o rosto inexpressivo me deixando completamente paralisada.

-Esperei muito tempo para ouvir isso. – disse me dando um sorriso meio forçado.

Talvez eu não tenha ouvido direito. Mas as palavras saíram completamente claras e sim, eu ouvi muito bem. E antes que eu pudesse dizer alguma coisa seus lábios estavam colados aos meus e eu me sentia muito diferente. Eu me sentia aliviada por ter lhe contado e ao mesmo tempo sentia raiva de mim mesma por ter escondido por tanto tempo um sentimento que eu nunca havia imaginado que poderia ser retribuído do jeito que ele retribuiu. Me senti arrependida por não ter lhe contado antes mas o importante é que eu contei e fiquei muito feliz com isso.

"Há segredos que você deva contar -por mais que te magoe no final- antes que o tempo acabe, pois o tempo voa tão rápido que a gente nem percebe e para que no final a gente não acabe se arrependendo." (Jackie Leal)

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