9 de julho de 2010

Fazendo Bem a Alguém

"Nunca se canse de fazer pequenas coisas para os outros. Às vezes essas pequenas coisas ocupam a maior parte de seus corações."

Henri era um garoto irritante, pelo menos para mim. Vivia sempre alegre e adorava contar piadas para o pessoal da escola. Eu o achava irritante pelo fato dele rir dos outros e inclusive de mim.
Um dia, tudo isso mudou. Ele apareceu bem triste na escola depois de ter ficado quase uma semana sem ir às aulas. Ninguém entendeu nada no começo. Pelo menos uma boa parte dos alunos.
Lembro-me de tê-lo visto na aula. Sentou-se no canto da sala e ficou quieto. Ninguém falava com ele e ele não falava com ninguém. Rolavam boatos na escola de que ele havia se viciado em drogas e que em casa o pai batia nele como punição.
Luna, conhecida como a mais fofoqueira, disse que o viu várias vezes chorando numa sala vazia no final do corredor do terceiro andar. Segundo ela, todos os dias no recreio ele ia pra lá ao invés de ficar no pátio com os outros alunos. Era por isso que ninguém o via lá embaixo.
Um dia, indo para casa, passei por uma praça vazia que ficava por ali. Estava nublado e não havia ninguém ali além dele.
Fui até lá para falar com ele. Talvez até para saber o que estava acontecendo e se eram verdades o que diziam por aí.
Ele estava sentado e parecia estar chorando. Sentei-me ao lado dele e perguntei se ele queria um abraço. Ele me abraçou com força e começou a chorar mais ainda. E me apertava como se precisasse muito disso. Eu não sabia muito o que fazer, então eu o abracei também. Ele demorou um pouco para se tranqüilizar.
Perguntei a ele o que estava acontecendo. Por que ele andava tão triste e afastado de todos. Ele não me respondeu.

- Pode confiar. Eu não conto a ninguém. – eu disse a ele.

- Eu não quero mais isso. – ele disse voltando a chorar.

Tentei reconfortá-lo ainda mais apertando o abraço. Pelo visto ele não conseguia parar de chorar.
De repente, ele começou a pedir desculpas por ter sido tão chato comigo. Eu já havia me esquecido disso e eu disse isso a ele, mas ele continuava.
Ficamos assim até a noite cair.
Quando ele parou de chorar, me agradeceu pelo abraço e disse que desde que tudo aconteceu ninguém falava mais com ele. Nem os amigos e muito menos os pais dele. Isso era ruim. Eu comecei a me sentir mal por ele. Eu com certeza não queria ser mais uma a se afastar dele.
Antes de ele ir embora eu o vi sorrir.

- Obrigado. Era tudo que eu precisava. – ele disse e me deu um último abraço.

Isso me deixou feliz. Eu havia feito bem a alguém. Eu havia o feito sorrir.

Pauta para Estrelinhas 2°Edição / Palavras Mil Edição 18

5 comentários:

  1. Noooooossa, vc é corajosa hein?

    Colocar duas edições de imagens na mesma pauta?

    Ainda não tive essa coragem!

    Admiro pessoas de coragem!

    Muita sorte com sua pauta!

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  2. woooow. adorei essa história *o* to seguindo!
    e obrigada por seguir meu blog :D
    abraço e boa sorte

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  3. Jackie
    O seu texto, sua história me prendeu a atenção. Muito bom mesmo com se expressa. Parabéns independente de qualquer resultado.
    Beijos

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  4. Simplesmente lindo.Muitas vezes não precisamos de mil palavras para expressar o que sentimos e pensamos.
    Parabéns. Tbém estou participando com a interação de amigos. Vou te esperar por lá.
    Sandra
    http://sandrarandrade7.blogspot.com

    Carinhoamente,
    Sandra

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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Plante aqui suas Flores Negras... Fiquem à vontade! Antes de postar, peço que leia ok? Responderei aos comentários! Um Beijo, Jackie!